"Lágrimas de Preta!"
Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para analisar.
Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Madei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
nem sinais de negro
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
Antônio Gedeão
A poesia nos mostra que os resultados dizem que a lágrima da mulher negra tem uma constituição igual à de uma pessoa branca, amarela, azul ou vermelha, isto é, contém água e cloreto de sódio; não há, por outro lado, quaisquer sinais de negro ou vestígios de ódio.
Sendo assim, as pessoas são TODAS iguais independentes da cor de pele.
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